
Abu (não) dabi.
“Eu espero que o anel que você deu a ela torne o dedo dela verde.
Eu espero que, quando você estiver na cama com ela, você pense em mim.”
Muito obrigada por esses doze meses sem você, hoje eu finalmente posso respirar.
Muito obrigada por ter sido sempre tão ausente.
Muito obrigada por se satisfazer em me ver somente duas vezes por mês!
Muito obrigada por sempre me fazer chorar, muito obrigada por quase ter me matado de depressão.
Muito obrigada por sempre ter colocado a culpa de tudo em mim; muito obrigada por sempre fazer eu me sentir culpada.
Muito obrigada por sempre se esquivar.
Muito obrigada por sempre dizer que eu estava errada.
Muito obrigada por jamais ter admitido que também errava.
Muito obrigada por jamais ter me levado pra cama. Talvez você fosse broxa e não quisesse me decepcionar.
Muito obrigada por ter me traído com a primeira vadia disponível.
Muito obrigada por nunca ter me contado nada sobre a sua vida.
Muito obrigada por nunca ter me dado atenção.
Muito obrigada por atender ao telefone com pressa quando eu ligava. Visitar alguma amiga era mais importante.
Muito obrigada por ter me deixado justamente quando eu mais precisava.
Muito obrigada por nunca saber o que dizer.
Muito obrigada por nunca saber me consolar.
Muito obrigada por não me dar o mínimo de dignidade nem ao terminar o namoro.
Muito obrigada por ter terminado comigo por depoimento.
Muito obrigada por fazer eu perder a admiração que eu tinha por você.
Muito obrigada por me fazer sentir ódio de verdade.
Muito obrigada por nove meses de nada.
Muito obrigada por me fazer ver que eu sou muito melhor sem você.
Você nunca fez eu me sentir como se eu fosse especial. Eu parecia especial, porque eu era especial!
Olá!
Estive me lembrando da minha infância, do quanto eu era feliz, e resolvi escrever sobre isso.
Os compromissos escolares são quase nulos, tu precisas somente desenhar, pintar, colar e recortar. Ai, que difícil!
A tua única preocupação é em não perder teu desenho animado favorito.
Tu só choravas se não ganhasse, no Natal, o brinquedo que pedira.
Medo? Só fosse do bicho-papão. E tu te sentias um herói se conseguisses dormir sozinho e com a luz apagada, sem gritar pelos seus pais ao “vê-lo” saindo da porta entreaberta do guarda-roupas ou saindo debaixo da cama.
Mas também ouvimos a primeira mentira em que acreditamos cegamente quando pequenos: Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Até nos negamos a acreditar, mas as provas são indiscutíveis. E então sofremos a nossa primeira decepção.
E a Fada dos Dentes? Ela também é de mentira.
Bom, pelo menos o bicho-papão e o velho do saco também são falsos.
E depois a gente cresce, e então vemos que a vida não é aquele mar de rosas que parecia ser, e vemos também que o mundo é maior que o nosso quarto.
Mas também não são nenhum bicho-papão, repletos de pavor, insegurança e garras, porém são repletos de encantos, como os dentes que a Fada transforma em moedas.
Beijos e abraços, eternas crianças. =)